Crítica | Capture Kill Release (2016)



Um banho de sangue romântico...


Até onde o amor por alguém te levaria? Até que ponto você chegaria para satisfazer seus prazeres? Essas questões são levantadas ao longo de Capture Kill Release, uma produção canadense que resgata, após anos de saturação, o subgênero found footage.

Na história, somos inseridos no cotidiano do casal Jennifer (Jennifer Fraser) e Farhang (Farhang Ghajar) que resolvem comprar uma câmera filmadora para gravar um projeto que estão realizando. No início acompanhamos a rotina de ambos que aparenta ser completamente normal, porém logo descobrimos que o tal projeto consiste em matar uma pessoa. A partir daí seguimos todos os seus passos, desde o planejamento até a execução do tal crime.




Um ponto extremamente positivo inserido no longa é o próprio formato found footage, sempre detestei a utilização desse estilo apenas para pegar carona na modinha da vez, porém, claramente isso não ocorre aqui. Acaba que vemos tudo através dos olhos dos assassinos e participamos de todos os atos como se fossemos cúmplices. O mais interessante que o longa não recorre a sustos falsos ou aquela insuportável correria e gritaria sem sentindo, o formato aqui é utilizado de forma eficiente.

Muitos poderão reclamar do ritmo lento, que de fato o longa apresenta, mas como disse, a trama nos adentra no cotidiano de pessoas que estão planejando matar alguém puramente pelo prazer. Então temos que entender todo o processo, como a escolha das ferramentas, da própria vítima e de como tudo irá ocorrer. Além disso, o roteiro ainda aborda toda a questão psicológica dos futuros assassinos, de como isso vai afetando cada um a ponto de abalar o próprio relacionamento deles.




As atuações são o elo mais fraco do longa, e isso curiosamente deveria ser o mais forte, pois neste contexto seria essencial para nos aproximarmos dos antagonistas, entender suas motivações, mas não exatamente isso que ocorre, Jennifer Fraser apresenta uma atuação forçada e com pouca expressão, com o passar do tempo ela se torna chata e muito irritante, já o personagem de Farhang Ghajar, a todo momento muda de postura sem saber pra que lado ficar, o ator acaba ficando prejudicado por um roteiro confuso, que pouco explica as motivações dele.

O terror explorado na trama se evidência na sua forma psicológica, os diretores investem pesado nesse lado, apesar de não conseguirem  retratar e transparecer todo o potencial da história. Entretanto, toda a sequência envolvendo a execução propriamente dita, principalmente na parte do desmembramento são extremamente chocantes e psicologicamente perturbadores. A violência gráfica empregada poderá afastar os mais sensíveis, o que desde já recomendo.


Capture Kill Release é um filme simples, a história não apresenta grandes reviravoltas ou algo mais complexo, muito menos fica preso há um gênero específico, seu grande acerto talvez seja retratar com naturalidade algo que realmente pode e já deve ter acontecido na vida real, apesar de certos problemas na questão do ritmo, das atuações e até num melhor aproveitamento do roteiro, não tiram o mérito da produção ser no mínimo curiosa e diferente do que estamos acostumados a ver nesse subgênero. Recomendado.


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Título Original: Capture Kill Release

Ano de Lançamento: 2016

Direção: Nick McAnulty e Brian Allan Stewart

Elenco: Jennifer Fraser, Jon Gates, Farhang Ghajar, Rich Piatkowki, Christina Schimmel. 



Trailer:



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